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Obrigado Senhor

Videoperformance
English subtitles | subtitulos en español

Dedico este video a Fabiane Maria de Jesus, que há um mês foi torturada e assassinada publicamente por uma nação insandecida, mergulhada nos extremos, desejosa da vingança como didática, que coloca os antagonismos partidários antes da vida humana.




Texto que li na Universidade de Budapeste na ocasião do linchamento no Guarujá:

Acreditamos durante muito tempo que a maior festa brasileira seria o carnaval. Também pensamos que poderia ser o futebol. Hoje sabemos que não. Chegamos a clareza de compreender que a maior festa brasileira é o linchamento. O episódio da mulher imolada no Guarujá por outros tão pobres quanto ela, inspirados pela mídia representante da classe média defensora do justicismo como correção social, nos trouxe essa revelação. Não foi a polícia arrastando favelados, não foram bandidos arrastando filhos da classe média, não foi a classe média financiando o extermínio. É no linchamento que vemos, reunidos em um mesmo espetáculo, sem qualquer hierarquia ou distinção, homens e mulheres, brancos e negros, pobres e ricos, favelados e classe média, polícia e bandido, culpados e inocentes, exploradores e explorados, "trabalhadores" e "vagabundos", militares e civis, ignorantes e cultos, reacionários e libertários, conservadores e liberais, mídia e espectadores, religiosos e ateus, crentes e "do mundo", cidadãos do bem e cidadãos do mal etc. Todos em comunhão, vibração e dança. Como em toda dança, não há heróis ou vilões, apenas a anulação das dicotomias para que a festa se dê no tempo e no espaço. O lichamento é o maior legado que nossa geração deixará às vindouras. Basta agora fundarmos o feriado nacional para o linchamento nosso de cada dia, só para a coisa ficar mais civilizada. Que venha a purga e que nos faça, a todos, irmãos.

A VIDA ACONTECE 24 HORAS POR DIA



Na performance "Sonho que somos iguais", apresentada na 16ª edição da Bienal Internacional de Arte de Cerveira, em 2011, o artista português Nuno Oliveira construiu um galinheiro no qual viria a dividir com sete galinhas pelos três dias do evento. Apesar da preocupação do público, a convivência foi harmônica e não houve maiores incidentes físicos – para as galinhas, claro. A dimensão imediatamente política da obra é clara, mas ela é também emblemática do talvez maior impasse da contemporaneidade, ainda que tal impasse não seja tão evidente, e que é com igual dimensão a problemática da arte hoje: a crescente e ininterrupta institucionalização formal da realidade e a sistemática transformação de tudo o que nela se dá em produto. A obra acaba sendo um grande manifesto do que a performance também teria para nos oferecer como solução. Porque, ao contrário da Cicciolina de Jeff Koons ou mesmo das borboletas de Damien Hirst, as galinhas em questão não podem ser compradas na Christie´s por milhões de libras. E mesmo que comprassem o galinheiro ou as galinhas, não estariam comprando a obra, no máximo adquirindo um produto por mero fetiche. As sete galinhas que compartiram parte de una profunda existência com um artista sedado com ansiolíticos não servem de nada para nós (talvez para serem comidas, se o artista assim o permitisse). A arte da performance, que carrega desde as origens dadaístas o próprio DNA da ancestralidade ritualística do homem, não gera portanto um produto de mais valia. Talvez, os artistas da performance que puderam se dar ao luxo de serem “bem sucedidos” pelas suas performances, como a agora pop Marina Abramović, até o sejam em si, mas sua “mais valia” morrerá com a carne do artista. Porque a arte da ação é o próprio humano enquanto ação; e gerar um produto seria o esvaziamento da crítica que ela carrega. Eis, portanto, o que uma linguagem, que a despeito de ser tão antiga quanto o cinema, ainda não foi totalmente aceita ou compreendida pode nos ofertar: tentar dar conta das mínimas historias que cabem dentro de cada história, que se fazem fora da História, na própria fugacidade do humano. A efemeridade de uma obra performática, que perdura o tempo que dura sua criação, nos oferta a extraordinariedade do cotidiano. E é por isso que, por essência, uma performance é irrepetível, porque funda o próprio espaço-tempo no qual acontece. Porque quer evidenciar que o espanto não se repete, mas nos surpreende. Sua recusa em seguir uma partitura se deve justamente a esse fator atípico de trazer em si e em máxima potência a essência de toda a linguagem com a qual se escrevem partituras, levando a obra ao que ela sempre foi: o exercício da busca pela humanidade e pela animalidade; pela compreensão de que a terra célica com a qual o Prometeu de Ovídio modelou um homem predador de galinhas também o permita irmanar-se delas. Para que o humano recuse a ser o parasita da máquina e onde o corpo, sua maior e a mais negligenciada ferramenta, não se resuma ao mecanismo de prazer ou frustração ao qual o hedonismo moderno o relegou. A performance é a arte do lúdico e converte em tabuleiro a banalidade nossa de cada dia, frustrando o próprio mercado, ao tornar produto apenas o que não pode ser vendido. E é assim que, como na obra "Daily life box set", que apresento no "Monstra – nanofestival de poesia em performance”, a rotina doméstica, desinteressante e desprovida de espetacularidade épica, pode ser ironicamente restringida, padronizada e embalada para consumo – pelo mesmo motivo que as galinhas não: é na negação do que comumente atribuímos à elas que as coisas se tornam poesia e podem nos surpreender. 

Márcio-André. Texto publicado no catálogo da mostra.

Fotos de Palíndromo Mészáros. Curador Ricardo Corona





Entrevista a Televisión de Galicia

Matéria sobre "Artaud em Compostela" no programa ZigZag, da TVG

Artaud em Compostela

Finalmente, o trailer do meu primeiro filme com atores. Em breve teremos a estreia por terras galegas.

ESTÚPIDO



ESTÚPIDO | STUPIDE | STUPID

Video-acción realizada por Ana Gesto y Márcio-André para la convocatoria EXCHANGE, una propuesta de HATAJO y ARTóN basada en el intercambio de partituras de acción.


E. M. de Melo e Castro responde o que é poesia

O grande poeta experimental português E. M. de Melo e Castro esteve, domingo passado, na Casa das Rosas, participando do Ciclo "O que é poesia?", organizado por Edson Cruz. A palestra foi transmitida ao vivo e eu não pude deixar de fazer-lhe uma pergunta via e-mail. Infelizmente, devido a pressa, a pergunta foi mal formulada e Ernesto a entendeu de forma completamente equivocada. Inconveniências da virtualidade. Vai o vídeo abaixo.

Watch live streaming video from mandebemnoenem at livestream.com

Morte aos historiadores da história real

Sousândrade, Santos-Dumont, Bartolomeu de Gusmão, Landell de Moura, Hercules Florence e tantos outros brasileiros protagonistas da invisibilidade: pioneiros ignorados, rejeitados pelos seus contemporâneos e atuais conterrâneos. Todos erradicados da história em prol da imagem de subdesenvolvimento intelectual que se adéqua perfeitamente à vocação brasileira atual da superpotência das bananas. Pois o filme "O príncipe", do Ugo Giorgetti, fala também dessa outra tragédia brasileira: a da invisibilidade intelectual - e oferece uma engenhosa solução para a problemática. Momento genial do (por vezes, também intelectual) cinema brasileiro. "Morte aos historiadores da história real, árida, vulgar. Viva os poetas!".

Performance in Rotterdam

Here below my performance at City Theater Rotterdam in the Poetry International Festival (English and Dutch subtitles)




16 JUNE 2012 Márcio-André from Poetry International on Vimeo.
International poetry reading by Márcio-André

Poetry International Festival, Rotterdam 2012
Live stream recordings made by Beeldrecencies.

Corpo e poesia

Conferência na Universidade de Vigo

Poesia x Política

Durante o Festival Internacional de Poesia de Roterdã, conheci um poeta palestino que, meses antes, havia cancelado sua participação em um evento na França, por este ter em sua programação o escritor israelense Moshe Sakal. Najwan Darwish recusa abertamente dividir qualquer evento com um israelense. Anos atrás, em 2007, eu tinha me deparado com uma situação semelhante: no Encontro Internacional de Poetas de Coimbra, a poeta palestina Faiha Abdulhadi e o poeta israelense Yitzhak Laor sequer se falaram. O que pode parecer a nós uma arbitrariedade é algo muito mais profundo e não pode ser reduzido a mera "xenofobia palestina" (como Marcos Guterman escreveu no Estado de São Paulo). Este caminho escolhido – não à toa – por ambos os poetas palestinos que conheci é uma forma de protesto radical que tem os seus motivos de ser baseados em feridas profundas – mas não de um passado recente ou distante, e sim feridas que estão sendo abertas agora. Durante os dias em Roterdã, convivi com um Najwan tenso e sempre na defensiva quando conversava. Com o decorrer do festival, foi relaxando e, no último dia, acabou saindo para beber com alguns brasileiros. Foi quando ele pôde nos esclarecer um pouco de como a banda toca por lá, na "Palestina ocupada" (termo que ele usou para me corrigir quando mencionei a palavra Israel), com o cotidiano de humilhação e segregação do seu povo – que ele descreveu como um pesadelo existencial permanente. Para ilustrar, nos contou que viver ali era como estar sob um governo totalitário e repressor aplicado somente a uma parte da população. Isso para não mencionar a faixa de gaza, que foi relegada a terra de ninguém por um muro e onde o contato com o mundo exterior é sujeito a risco de vida. Enfim, esse contato com Najwan me fez querer conhecer um pouco mais sobre a situação da Palestina e tentar entender como se chegou a isso. Foi assim que descobri o documentário abaixo. Apesar de não ser exatamente sobre o conflito em Israel (ou Palestina ocupada), esclarece como (alguns) setores judaicos vêm justificando ideologicamente, aos olhos do mundo, o seu "direito" à fundação de Israel – e lucrando com isso. Lembro que é um documentário feito por judeus e que todos os entrevistados são judeus e que, portanto, estaria livre de qualquer tendenciosidade inspirada pela "xenofobia palestina". Vale a pena uma vista de olhos.

Two performances



Vigo, Fundacíon Laxeiro, Spain. 
Live performance for electronic processing, projected words and drill




Montemor-o-velho, Portugal.
Taladro, for microphone and drills

The gospel according to the sea

The gospel according to the sea é um curta metragem teuto-canadense realizado por Iva Kvasnicka e inspirado em poemas de minha autoria. O filme foi todo rodado em Lisboa, com o meu acompanhamento. Para a leitura, foram usadas as vozes de Chambel Santos e Afonso Oliveira. Veja o filme completo, abaixo:  



Clique aqui, caso queira visitar o website do filme

Dunya Festival

Em maio, faço leitura no Dunya Festival, Holanda. O evento é um aquecimento para o prestigiado Festival Internacional de Poesia de Roterdã, no qual tomarei parte em junho.

Abaixo, um vídeo do Dunya 2011, do qual só tomei conhecimento através do convite. Parece ser muito interessante.

Suspensión no Epipiderme 20

Debug no Centro Cultura São Paulo

Fotos e vídeos de SUSPENSIÓN

Em SUSPENSIÓN, eu trabalhei com composição ao vivo, extraindo sons de um violino elétrico suspenso no espaço por cordas elásticas, bem como de microfones e objetos sonoros pendidos do teto. Concebida originalmente para o Museu Eugênio Granell, na Espanha, Suspensión propõe uma relação espacializada e dinamizada da poesia com o público, aproximando-se da instalação. O público, inserido dentro do espaço do espetáculo, dava, com o próprio corpo, diferentes formas ao som produzido. Como cada espectador possuía uma diferente relação com as inúmeras caixas de som espalhadas pela sala, cada um concebia também um espetáculo completamente diverso do do outro. A performance será realizada novamente no dia 22 de setembro, dentro do Festival Epipiderme, em Lisboa. Abaixo, fotos e vídeos da performance do dia 4 de agosto, em Santiago de Compostela.























Paradas em Movimento: Videopoéticas

Centro Cultural São Paulo
De 06/08/2011 a 02/10/2011

Esta edição da mostra de poesia visual, digital e videopoesia, Paradas em Movimento, com a curadoria de Elson Fróes, tem como proposta apresentar trabalhos de poetas brasileiros contemporâneos que exploram as novas linguagens eletrônicas, que permitem a integração entre som, imagem, palavra e movimento. A proposta é identificar algumas formas possíveis da poesia, além da verbal e daquela em suporte impresso. Apresentam-se poemas que vão da total virtualidade digital à intervenção urbana, utilizando métodos e estratégias várias, para a criação de uma videografia que já se constitui uma "tradição híbrida" entre o verbal, o sonoro, o visual, o animado e o interativo. A mostra, que reúne trabalhos de Almir Almas, André Vallias, Arnaldo Antunes, Eduardo Kac, Fabio Fon, Gabriela Marcondes, Lenora de Barros, Lucio Agra, Marcelo Sahea, Marcelo Terça-Nada e Marcio-André, acontecerá entre os dias 06 de agosto e 29 de outubro, nas telas de plasma da biblioteca e dos pisos Caio Graco e Flávio de Carvalho do Centro Cultural.



Deixo, abaixo, um dos vídeos com os quais participo da mostra

Eduardo Galeano

Não me canso de assistir a esse vídeo.

Sábado, no Clube da Palavra

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