Obrigado Senhor
Videoperformance
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Dedico este video a Fabiane Maria de Jesus, que há um mês foi torturada e assassinada publicamente por uma nação insandecida, mergulhada nos extremos, desejosa da vingança como didática, que coloca os antagonismos partidários antes da vida humana.
Texto que li na Universidade de Budapeste na ocasião do linchamento no Guarujá:
Acreditamos durante muito tempo que a maior festa brasileira seria o carnaval. Também pensamos que poderia ser o futebol. Hoje sabemos que não. Chegamos a clareza de compreender que a maior festa brasileira é o linchamento. O episódio da mulher imolada no Guarujá por outros tão pobres quanto ela, inspirados pela mídia representante da classe média defensora do justicismo como correção social, nos trouxe essa revelação. Não foi a polícia arrastando favelados, não foram bandidos arrastando filhos da classe média, não foi a classe média financiando o extermínio. É no linchamento que vemos, reunidos em um mesmo espetáculo, sem qualquer hierarquia ou distinção, homens e mulheres, brancos e negros, pobres e ricos, favelados e classe média, polícia e bandido, culpados e inocentes, exploradores e explorados, "trabalhadores" e "vagabundos", militares e civis, ignorantes e cultos, reacionários e libertários, conservadores e liberais, mídia e espectadores, religiosos e ateus, crentes e "do mundo", cidadãos do bem e cidadãos do mal etc. Todos em comunhão, vibração e dança. Como em toda dança, não há heróis ou vilões, apenas a anulação das dicotomias para que a festa se dê no tempo e no espaço. O lichamento é o maior legado que nossa geração deixará às vindouras. Basta agora fundarmos o feriado nacional para o linchamento nosso de cada dia, só para a coisa ficar mais civilizada. Que venha a purga e que nos faça, a todos, irmãos.
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Dedico este video a Fabiane Maria de Jesus, que há um mês foi torturada e assassinada publicamente por uma nação insandecida, mergulhada nos extremos, desejosa da vingança como didática, que coloca os antagonismos partidários antes da vida humana.
Texto que li na Universidade de Budapeste na ocasião do linchamento no Guarujá:
Acreditamos durante muito tempo que a maior festa brasileira seria o carnaval. Também pensamos que poderia ser o futebol. Hoje sabemos que não. Chegamos a clareza de compreender que a maior festa brasileira é o linchamento. O episódio da mulher imolada no Guarujá por outros tão pobres quanto ela, inspirados pela mídia representante da classe média defensora do justicismo como correção social, nos trouxe essa revelação. Não foi a polícia arrastando favelados, não foram bandidos arrastando filhos da classe média, não foi a classe média financiando o extermínio. É no linchamento que vemos, reunidos em um mesmo espetáculo, sem qualquer hierarquia ou distinção, homens e mulheres, brancos e negros, pobres e ricos, favelados e classe média, polícia e bandido, culpados e inocentes, exploradores e explorados, "trabalhadores" e "vagabundos", militares e civis, ignorantes e cultos, reacionários e libertários, conservadores e liberais, mídia e espectadores, religiosos e ateus, crentes e "do mundo", cidadãos do bem e cidadãos do mal etc. Todos em comunhão, vibração e dança. Como em toda dança, não há heróis ou vilões, apenas a anulação das dicotomias para que a festa se dê no tempo e no espaço. O lichamento é o maior legado que nossa geração deixará às vindouras. Basta agora fundarmos o feriado nacional para o linchamento nosso de cada dia, só para a coisa ficar mais civilizada. Que venha a purga e que nos faça, a todos, irmãos.
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