Ruy Ventura


Tenho, cada vez mais, me emocionado menos com poesia. Mas eis que ainda me supreendo.

A ÁGUA SOBREVIVE

ao esplendor do mundo.
o assento
desmonta a paisagem.
a primeira dor aproxima-nos,
alimenta a força da corrente
- raiz e crescimento.

os arcos abateram.
a biografia reserva-nos
um pouco de sangue
na confluência
do medo
com a memória.

recorda-nos que o rio
escreveu
a morte e a viagem.

desvia-nos do silêncio.
acompanha o sono
até à nascente.

esta manhã não termina.
o assento faz-se. sem pausas.

teu nome, junto à foz,
resguarda-me

da morte.


Ruy Ventura

4 comentários:

Ruy Ventura disse...

Obrigado, amigo! Bem hajas!

Ruy Ventura disse...

Obrigado, amigo! Bem hajas!

Márcio-André disse...

Eu que agradeço, camarada! Um grande abraço

Fábio Romeiro Gullo disse...

belo, de uma melancolia singular.

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