Poema Inédito de Paul Valéry



41.
tradução de Márcio-André


lua-lâmina-omoplata
o cão de porcelana desfeito na porcelana da constelação

ou esta água pesada nos coágulos da luz

ali onde da matéria mole do sol
........se forjam estrelas

cheguei à idade que um dia sonhei ter
mas o sonho não permaneceu com a idade

aqui nesta terra-longe
........antecidade ante tudo o que foi feito

(há lugares que esquecem de se atualizar segundo os mapas)

uma geração vendida por pouco
esqueceu que sistemas são subversíveis –

subvertamos agora os astros que não pertencem a nós
........a língua:
........astrolábio de céu da boca


Nota: este poema faz parte de um livro que será lançado até o final desse ano, trazendo para o português parte da obra do poeta ainda obscura no Brasil.

2 comentários:

Tânia Siqueira disse...

Parabéns, M-A, por essa belíssima tradução. Sempre gostei desse poema. O livro certamente está ficando bonito. bjs de Paris

Iguimarães disse...

A língua que não pertence a nós.Grande texto.Vou proucurar para comprar.

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