Edson Bueno de Camargo
Gosto imenso da obra deste gajo e fiquei muito orgulhoso de poder escrever a orelha para seu novo livro. Vai abaixo:
Cada pedra, mesmo a mais bruta, acolhe em sua dureza a lubricidade das fêmeas. Nas contas de opala da dentição, a mulher calcifica o que de rocha tem em si. É sob a pressão e o escuro das profundezas, que terra e mulher se identificam no poder de gestar no silêncio paciente e violento do mundo. Géia, pedra-fêmea: o erotismo medido na equivalência desses dois entes magníficos surge nesse livro de Edson Bueno de Camargo, revelando um universo de luas cheias, de turmalinas, de combinações alquímicas, de imagens domésticas e misteriosas, acontecendo no espaço entre o chão e o baixo ventre das damas.
Edson está entre os escritores atuais que mais admiro, por sua potência criativa e sua inconformidade com as soluções prontas, mesmo trabalhando dentro da arqueologia tradicional do poema, o que torna tudo mais admirável. Soma-se a isso, a sua perícia em arquitetar uma poética que articula o excesso até a extrapolação – até o ponto de fissão metamórfica da realidade – e, ao mesmo tempo, suave como se nada se excedesse. Isso comprova sua vocação de mestre cabalista. Pois Edson não é um poeta de “achados”. O seu maior achado é aquilo que se deve levar para todo poema: a própria poesia. Ele tem aquela magia numérica fundamental aos poetas que não se aprende nem se ensina, mas se revela ou não.
Este livro, com suas mulheres de orelhas pequenas e que cheiram a incenso, sonha a leveza e a dureza em imagens claras e vigorosas, e consolida ainda mais a poética desse bruxo que é Edson Bueno de Camargo.
Márcio-André. Orelha do livro Cabalísticos, de Edson Bueno de Camargo (Selo Orfeu, 2010)
Edson está entre os escritores atuais que mais admiro, por sua potência criativa e sua inconformidade com as soluções prontas, mesmo trabalhando dentro da arqueologia tradicional do poema, o que torna tudo mais admirável. Soma-se a isso, a sua perícia em arquitetar uma poética que articula o excesso até a extrapolação – até o ponto de fissão metamórfica da realidade – e, ao mesmo tempo, suave como se nada se excedesse. Isso comprova sua vocação de mestre cabalista. Pois Edson não é um poeta de “achados”. O seu maior achado é aquilo que se deve levar para todo poema: a própria poesia. Ele tem aquela magia numérica fundamental aos poetas que não se aprende nem se ensina, mas se revela ou não.
Este livro, com suas mulheres de orelhas pequenas e que cheiram a incenso, sonha a leveza e a dureza em imagens claras e vigorosas, e consolida ainda mais a poética desse bruxo que é Edson Bueno de Camargo.
Márcio-André. Orelha do livro Cabalísticos, de Edson Bueno de Camargo (Selo Orfeu, 2010)
O livro acaba de ser lançado e pode ser adquirido nas livrarias ou pelo blog do autor: http://inventariodn.blogspot.com/2010/09/livro-cabalisticos-autor-edson-bueno-de.html?spref=fb
1 comentários:
Parabens pelas palavras
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