Resposta ao Cidade reposta
A ficcionista Patrícia Tenório, lança em setembro seu livro Diálogos, onde apresenta uma série de texto inspirados em obras com as quais se deparou recentemente. Um dos capítulos do livro é dedicado ao meu filme "Cidade reposta". Reproduzo o texto abaixo:
Não quis te encontrar antes, Cidade. Talvez por ser jovem demais e não enxergar nos outros o que existia em mim mesma. Mas naquele instante em que te manifestastes insinuante nas ruas corrediças, no vento inquietante, nos cavalos marinhos dos guindastes do porto, dobrei-me em joelhos e te enxerguei só, contínua e contígua dos meus pensamentos.
Não bastam tuas ruas, não calam teus silêncios. Dobras em mim a farpa do atrevimento de me sentir obtusa, independente. Oh, Cidade, me deixas um instante e não me enxergo mais. Sei desta força que de ti emana e me busca patrícia das minhas origens, das minhas raízes. Não há lugar em que assim me encontre e por mais que conheça os quatro continentes, nesta boca do mundo chamado desejo, encontrei o aroma que sonhastes e me embriagastes inteira. Pudera por outra me apaixonar e seguir viagem segura e inocente. Mas não posso mais arcar com a dor de te ver distante.
Volto sempre e voltarei aos teus braços de avenidas, aos teus lábios de neon, àquela curva em que nada sei, nada serei, apenas a insensatez de ser tua e única.
*Diante do Curta Cidade reposta, de Márcio-André.
Não quis te encontrar antes, Cidade. Talvez por ser jovem demais e não enxergar nos outros o que existia em mim mesma. Mas naquele instante em que te manifestastes insinuante nas ruas corrediças, no vento inquietante, nos cavalos marinhos dos guindastes do porto, dobrei-me em joelhos e te enxerguei só, contínua e contígua dos meus pensamentos.
Não bastam tuas ruas, não calam teus silêncios. Dobras em mim a farpa do atrevimento de me sentir obtusa, independente. Oh, Cidade, me deixas um instante e não me enxergo mais. Sei desta força que de ti emana e me busca patrícia das minhas origens, das minhas raízes. Não há lugar em que assim me encontre e por mais que conheça os quatro continentes, nesta boca do mundo chamado desejo, encontrei o aroma que sonhastes e me embriagastes inteira. Pudera por outra me apaixonar e seguir viagem segura e inocente. Mas não posso mais arcar com a dor de te ver distante.
Volto sempre e voltarei aos teus braços de avenidas, aos teus lábios de neon, àquela curva em que nada sei, nada serei, apenas a insensatez de ser tua e única.
*Diante do Curta Cidade reposta, de Márcio-André.
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