POEMA INÉDITO
aqui do estômago desta baleia
a cidade é um cardume cintilante
e
a estátua de drummond tem as costas ao oceano –
[as estátuas são para os homens não para o mar]
cultivar um peixe por dentro
para um dia comê-lo
esperando uma mulher surgir da precisão da ossada
um dia somos felizes em nosso jardim cetáceo
e ela caminha suavemente ao meu lado
sonhando o domingo mais triste do mundo no subúrbio do lado de lá
um dia estamos na meia idade e bebemos porque não há opção
e o guindaste no cais estará esmagado como um inseto morto
diante das mil falhas na goela das águas
o mar está na foto dos homens não no sonho das estátuas
Márcio-André
2 comentários:
mar a dentro sem mediocridade que a vista alcance não a eternidade mas a memória que permanece na realidade...
Belo poema.
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