Salmo (Paul Celan)

Ninguém nos fará de novo pedra
de terra e argila
ninguém soprará palavra sobre
nossa poeira.
Ninguém.

Louvado sejas-tu, Ninguém.
É pra te agradar que queremos
florescer.
A teu
encontro.

Um Nada.
eis o que fomos, somos e
seremos ainda, florescentes:
a Rosa do Nada, a
Rosa-de-Ninguém.

Como estilo, luminoso d’alma
a coroa rubra
da palavra púrpura que cantávamos
acima, ó acima
da espinha.

Tradução de Maria Clara Carneiro

0 comentários:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails